Nada contra canivetes suíços, pequenas ferramentas que capazes de desempenhar inúmeras funções e ainda cabem no bolso, afinal a maioria dos smartphones também são multitarefas, digamos assim. 

O grande problema é que no caso da inovação, onde o conjunto problema/solução ainda não está bem definido, é muito fácil se empolgar com as funcionalidades do projeto que, por sua vez, não melhoram em nada a proposição de valor na maioria das situações.

Percebo que muitos empreendedores têm dificuldades para criar um protótipo enxuto, então acho pertinente abordar a relação clara entre um bom MVP (Minimum Viable Product) e UX (User Experience). 

Considero duas dicas que são super válidas para qualquer empreendedor que quer fazer melhor, com menos.

  • Foca no MVP: O MVP é uma técnica que trata de quebrar seu produto em uma parte pequena o suficiente para ser inserida no mercado rapidamente. Porém grande o suficiente para demonstrar sua proposição de valor ao seu público-alvo.
  • Tenha claro o propósito: Ideias às vezes são apenas boas ideias que não se encaixam ao propósito. Da mesma forma que um pneu off-road na cidade terá menos aderência ao asfalto que um pneu slick num terreno arenoso.

Porque vale a pena fazer um MVP?

O MVP é especialmente recomendado no caso de novos produtos e para novos mercados, a fim de resolver problemas ainda incertos e possui inúmeras vantagens.

Listei as principais:

  • Torna o projeto mais claro
  • Incentiva soluções criativas
  • É mais fácil de ser comunicado
  • Maximiza o aprendizado por investimento
  • Melhora sua relação com seus colaboradores e/ou fornecedores
  • Torna o projeto mais claro

Sabendo de forma mais clara qual é sua proposição de valor fica mais fácil saber que funcionalidades devem ser priorizadas e quais são suplementares. 

Em relação a isso cabe perfeitamente uma analogia com cachorros-quente, de Jason Fried, fundador e CEO do Basecamp e co-autor dos livros Getting Real, Remote e Rework: 

Se você está abrindo uma barraca de cachorro-quente, você pode se preocupar com os condimentos, o carrinho, o nome, a decoração. Mas a primeira coisa que você deve se preocupar é o cachorro-quente. Os cachorros-quentes são o epicentro. Todo o resto é secundário.

4 motivos para fazer um MVP

1. Incentiva soluções criativas

A criatividade adora restrições e a explicação é simples: o MVP determina limites que impõe o que não se pode fazer, a partir daí abre-se possibilidades do que se pode fazer.

2. É mais fácil de ser comunicado

Se para um desenvolvedor um produto que possui várias funcionalidades é uma solução elegante, para um usuário comum ele pode ser uma solução confusa.

3. Melhora sua relação com seus colaboradores e/ou fornecedores

Ajustar e adaptar são termos temidos e comuns tanto para agências de publicidade quanto para profissionais desde a área de design até desenvolvedores.

O grande problema é que essa “alteraçãozinha” pode provocar excessivas horas de retrabalho que, além de aumentar o custo e tempo de execução, podem gerar grande estresse por parte dos fornecedores.

4. Maximiza o aprendizado por investimento

Sim, é verdade que ideias e hipóteses surgem a todo o tempo, inclusive durante etapas importantes de execução do projeto, mas a menos que estas features sejam realmente cruciais, elas devem ser deixadas de lado até que possam ser incluídas num próximo release ou versão. 

Desta forma, além dos motivos já citados acima, ao desenvolver um protótipo enxuto você gasta menos e testa realmente sua proposição de valor, tornando-se mais fácil saber exatamente o que funciona e o que não funciona. 

Aproveite enquanto você não é conhecido, enquanto os custos operacionais são ridículos e enquanto seu projeto é pequeno e potencialmente ágil.

Em resumo?

Erre cedo, erre rápido, erre barato.

Não deixe de se dedicar a um bom MVP.

Cachorros-quentes
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