Tudo começou após o FIRA (Fórum Internacional de Robótica Agrícola).

A empresa francesa Naïo Technologies, que desenvolve e vende robôs para agricultura e viticultura, foi anfitriã da 4ª edição do evento e ganhou destaque na imprensa.

O resultado?

Uma rodada de investimento Série A de 14 milhões de euros.
Trazendo para nossa moeda, estamos falando de mais de 63 milhões de reais!

A rodada foi liderada pelo Bpifrance, o banco nacional de investimentos da França, e contou com a Pymwymic, uma comunidade de investidores que defende uma nova economia sustentável a serviço das pessoas e do planeta, junto com os atuais acionistas, Demeter e CapAgro.

Como tudo começou

Com sede em Toulouse, a Naïo foi fundada em 2011 por Aymeric Barthes e Gaëtan Séverac, ambos engenheiros de robótica. Em 2015 a empresa já havia conseguido captar um investimento na casa dos R$ 14 milhões.

Muitas dúvidas, uma certeza: os robôs precisam respeitar o homem e o meio ambiente.

Eles fornecem uma solução para auxiliar os agricultores em seu trabalho diário, reduzir a carga de trabalho física extenuante e limitar o uso de herbicidas químicos. Essa nova rodada de investimentos vai permitir à Naïo Technologies capitalizar ainda mais sua posição como líder em robótica agrícola e atingir o próximo nível de maturidade tecnológica, a fim de preparar os robôs para a produção em massa.

Olhando para o mercado de cultivo de precisão e após perceber um avanço no que diz respeito a navegação, segurança e experiência do usuário, o CEO Barthes comentou que o foco agora é aumentar mais ainda o grau de confiança dos equipamentos e criar uma estratégia de implantação em larga escala que seja eficiente.

A Naïo Technologies na prática

Segundo a equipe da fabricante, até o momento já existem 150 robôs trabalhando em fazendas e vinhedos da Europa e da América do Norte.

Eles possuem três modelos:

  • Dino: tendo como principal característica a autonomia, o Dino está no mercado desde 2017 e facilita a retirada de ervas daninhas em larga escala em plantações de legumes. Com isso o produtor teria mais tempo para dedicar nas atividades que apresentam valor agregado mais alto.
  • Oz: esse robô ajuda o produtor a capinar e promete, além de reduzir a carga de trabalho, aumentar a lucratividade sem prejudicar o meio ambiente.
  • Ted: robô elétrico, autônomo e desenvolvido para cuidar de videiras com alto nível de precisão e considerado uma alternativa aos herbicidas químicos.

Além disso, a Naïo também comentou que desenvolveu um sistema de navegação padrão que pode ser implementado em qualquer robô off-road, que permite seu uso com várias culturas diferentes.

O co-fundador de Barthes é muito otimista em relação a como o mercado vai aderir aos agri-robôs.

Nos próximos 10 anos, haverá robôs em todos os campos da Europa e América do Norte. Reconhecemos que o desafio é muito ambicioso, mas estamos convencidos de que podemos enfrentá-lo ao lado de nossos parceiros e partes interessadas. Nosso objetivo é garantir a transição ecológica e social para a agricultura sustentável.

Gaëtan Séverac

Porém é preciso cautela e existe a possibilidade dessa visão demorar um pouco mais para se tornar realidade.

Exigências regulatórias podem atrapalhar a vida das empresas e, para quem fabrica hardware, desafios como acessibilidade, conectividade, versatilidade e confiabilidade também entram no jogo e mesmo com os avanços da inteligência artificial e do 5G, esses problemas continuam fazendo parte do dia a dia.

Do outro lado da moeda, a pressão dos consumidores pela redução na utilização de produtos químicos e a escassez de mão de obra são ingredientes que ajudariam a acelerar a entrada dos robôs nas áreas rurais.

Só pra varia um pouco, estamos naquele velho conhecido cenário de “extrema incerteza”. Mas uma coisa é certa: estamos apenas no começo de uma grande revolução no agronegócio.

E você sabe o que isso significa?

Oportunidades à vista!

Créditos: AFN

Naïo Technologies Agri Robôs
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