Agro

O papel das cooperativas em levar tecnologia para os agricultores

Todo mundo acredita que os dados são o poder do amanhã, é questão de estratégia querer manejar, controlar e valorizar da maneira que parece certo.

Para Thomas Voisin, Diretor de Relacionamento da Bioline, plataforma latina e braço da Invivo, maior grupo de cooperativas francesas, a maneira que parece certa é aquela que dá total autonomia para os produtores rurais e cooperativas.

Não é uma luta por dados, mas questão de colocar todo mundo em uma cadeia de valor, onde os dados do agricultor serão compartilhados com valor agregado.

A ideia é que em vez de aguardar que grandes players desenvolvam plataformas integradas para reunir dados de agricultores, cooperativas e fornecedoras, esta iniciativa seja das cooperativas, que se tornam agentes responsáveis por levar a tecnologia até o campo.

No Painel Hub de Inovação, realizado no Show Rural 2020, maior feira do agronegócio da América Latina, Thomas falou sobre o sistema integrado desenvolvido por agricultores e cooperativas na França que pode ser um modelo para os cooperados brasileiros.

“É uma plataforma digital de produtos e serviços do agro, feita por cooperativas e agricultores para cooperativas e agricultores”. 

Lá, a plataforma ganhou o nome de Aladin, o gênio da agricultura.

Assim como realizado na França, a proposta é de desenvolver aqui uma cadeia de valor para manejar os dados de maneira aberta e mais controlada.

Não se trata de copiar a ideia e colar aqui no Brasil. A agricultura é global, mas sua prática é regional, pois cada local tem uma especificidade. O conceito tecnológico é o mesmo, mas a implementação é que será diferente.

Com cada vez mais tecnologias pensadas para a lavoura, Thomas avalia as necessidades brasileiras em dois momentos: a urgência para que os agricultores se desenvolvam do analógico para o digital e, a partir disso, o desenvolvimento de uma plataforma colaborativa, integrada, e acima de tudo, estratégica.

No cenário de desenvolvimento tecnológico, Fabio Marques, Gerente Sênior de Desenvolvimento de Negócios, Marketing e Projetos Crescimento da CCAB by InVivo apontou que antes de qualquer digitalização, o desafio é ainda mais pontual: entender o que o cooperado quer.

“O que as grandes empresas falam que os agricultores querem é real? Pois os agricultores têm dores básicas. As necessidades de quem está no cerrado não são as mesmas dos agricultores do sul. Somente a partir da avaliação dessas necessidades dos cooperados será possível triunfar na transformação digital”.

Ronan Medina (Iguassu Valley), reforçou que o papel fundamental que as cooperativas têm é também financeiro, assumindo a função de grandes empresas nas iniciativas que promovem inovação para seus cooperados.

“O grande impacto acontece quando grandes empresas de capital aberto, com faturamento de mais de R$ 2 bilhões, fazem investimentos em inovação”.

Homem do campo com tablet
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