Porto Alegre (RS), Cascavel (PR) e Piracicaba (SP).

São essas as três cidades estratégicas escolhidas pela Ventiur Aceleradora para sediar três etapas do processo de seleção das startups que vão participar do Programa de Investimento e Aceleração Ventiur AgTech.

Com um fundo de investimento de R$ 5 milhões destinados ao setor, startups do agro poderão receber aportes que começam a partir de R$ 200 mil e podem chegar até R$ 1 milhão.

No Brasil, o setor agropecuário corresponde a mais de 20% do PIB (Produto Interno Bruto), e os estados do Paraná e Rio Grande do Sul representam, respectivamente, o terceiro e quarto maiores produtores do país.

“Porto Alegre é nossa casa, além disso, já tínhamos uma base de 72 startups agro na cidade. Cascavel é uma fronteira agrícola, onde temos parceiros estratégicos que estão próximos, como o Biopark de Toledo”, explica Guilherme Kudiess, COO e Head Agtech na Ventiur Aceleradora.

A Ventiur já tem histórico de proximidade com a região oeste do Paraná. Além da parceria com o Biopark, a aceleradora já investiu em uma startup de Toledo: a Manfing, uma ferramenta de análise preditiva de dados (não relacionada ao agro).

Por fim, Piracicaba é cidade onde está a maior concentração de startups do agro no Brasil.

Solução de problemas, equipe estruturada e a busca da agtech ideal

O fundo de investimentos conta com a participação de agricultores e produtores dos mais variados setores do agro, e por isso, a busca por soluções e produtos inovadores não é restrita.

Tem gente de fruticultura, de pecuária, de grãos, muitos sistemas de gestão no geral para aves, suinocultura, para gado de leite, para criação de peixes, mas também fintech para o agro, parte de logística trucker, sensor para ver qualidade do leite, enfim, soluções dos mais diversos tipos.

Conforme Guilherme, durante a seleção das startups o principal desafio está na análise do conjunto da equipe e se os sócios realmente conhecem o mercado.

“Houve uma leva de startups que acabaram não dando certo porque não tinham ‘pé no barro’ e não conheciam os problemas reais dos produtores rurais”. 

Por isso, o processo de seleção das startups foi feito por fases.

“As startups preencheram uma ficha de inscrição online e com base na maturidade delas, nós fizemos uma seleção para a etapa presencial. Em Porto Alegre foram 13 selecionadas, em Cascavel 8 e em Piracicaba foram 10”.

Na etapa presencial, eles apresentam os pitches, os problemas que elas resolvem, a solução, qual o propósito, diferencial frente a concorrência, plano para os próximos três anos e plano de seis meses pensando na aceleração.

Concluída esta etapa, as startups receberam desafios.

O empreendedor pode apresentar um Power Point bonito, pode soltar fogos de artifício e todo mundo se encantar com a solução, mas como investimos em pessoas, como que a gente mede a qualidade de entrega, a perseverança e avalia como os sócios reagem frente a críticas e feedbacks?

Os desafios vão desde um novo canal de aquisição, uma nova estratégia de marketing até desenvolver uma característica do software. 

Das startups que passarem por esta etapa, 15 serão selecionadas para a grande final: uma apresentação para os investidores nos dias 28 e 29 de fevereiro em Piracicaba. 

Ao todo, cinco ou seis startups serão selecionadas para receber investimentos entre R$ 200 mil até R$ 1 milhão.

Como acelerar a maturidade das startups agtechs e dos ecossistemas de inovação?

Segundo Guilherme, uma dica é que os ecossistema se conectem com instituições de fora que possam trazer uma metodologia já desenvolvida para a região. 

“É necessário também estimular novos negócios a serem criados dentro das universidades, conectando os agrônomos, que entendem do processo, com quem é da tecnologia da informação, que vai ajudar a tornar processos manuais mais tecnológicos”, exemplifica.

Com eventos realizados em cidades consideradas estratégicas para o agro, a Ventiur Aceleradora cumpre a principal proposta do grupo de investimento:

“As aceleradoras e fundos de investimento estão nas grandes capitais, mas as startups e empresas de tecnologia que entregam as soluções para o agro estão perto dos produtores, e o propósito da aceleradora é diminuir essa distância entre investidores e quem conhece as dores dos agricultores”, finaliza.

Empreendedor pé no barro
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