Onde há desinformação, há oportunidade.
A máxima é capaz de retratar uma realidade ainda presente no campo: os produtores não fazem a gestão da sua propriedade.
A falha identificada pelos sócios, Lincoln Carrenho, Leandro Scalabrin e Darlan Simon, no oeste do Paraná, deu origem ao GestorAgro.
A plataforma integra soluções fáceis para o produtor fazer a gestão da parte financeira, fluxo de caixa, estocagem, entradas e saídas, discriminação de produtos que possibilitam compor o custo do talhão e da safra.
“Quando montamos o conceito, fizemos a validação e fomos para o mercado, vimos que, na verdade, precisávamos fazer um trabalho de base, pois o produtor não está totalmente adepto às tecnologias, por mais simples que ela seja”, explica Juliano Adão da Costa, do GestorAgro.
Ideia boa e solução boa na trave!
É o que você pensou aí, né?
Pois os sócios pensaram em mais uma oportunidade.
“Por termos um sócio trabalhando com sistema de informação, outro com a parte de educação e diante do feedback que 95% dos produtores necessitam receber informação de gestão, conseguimos desenvolver uma consultoria técnica para o produtor”.
No meio da lavoura tinha um conflito de gerações
Que logo se mostrou ser a porta de entrada fazenda à dentro para a GestorAgro.
A geração mais velha não faz gestão, no máximo uma anotação, que às vezes é de cabeça. A segunda geração, que são os filhos nascidos na década de 80, faz no Excel, pois é onde eles ficam mais confortáveis.
São os netos daquele produtor mais velho, citados ali em cima, que estão adotando este modelo online.
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“Percebemos que os pais desses agricultores mais novos até querem, mas não vão fazer. Então está ficando para os mais novos, que estão trabalhando para gerar e receber esse tipo de informação”.
Mas afinal, como a gestão agrícola melhora o controle financeiro?
Conforme Juliano, o uso do GestorAgro além de oferecer controle total sobre os custos, fornece dados sobre o principal subsídio de análise para o produtor: a rentabilidade.
“Tudo que é comprado é lançado dentro da parte de compras, e essa compra gera um plano de contas financeiro, que compõe um demonstrativo de atividades em exercício. Através desse demonstrativo você alimenta o estoque, que é o que você vai usar no talhão ou na safra. Assim como você teve a entrada na hora da venda, você tem o custo de saída e faz a junção de despesa e o que teve de receita para ver a rentabilidade”.
Além da possibilidade de acessar todo o histórico, o agricultor pode lançar ainda dados das safras passadas (se eles existirem) para fazer os futuros planejamentos.
A plataforma é web e pode ser acessada somente online, já que a instabilidade da internet na área rural (nós já falamos sobre isso aqui) causa preocupação em evoluir para um sistema offline que seja capaz de se integrar, sem falhas, quando o agricultor estiver online.
Essa faz parte do grupo de métricas que Juliano quer avaliar antes do GestorAgro também ser desenvolvido para o mobile.
“Ainda não fizemos uma versão mobile porque precisamos validar alguns processos dentro da plataforma, como a forma que o agricultor insere os dados e o tempo que demora para inserir. Além disso, o online é mais fácil manter, inclusive pelo banco de dados ser na nuvem. Trabalhar com online e offline pode acabar gerando perda de informação na hora dessa integração, por isso precisamos analisar essas métricas de usabilidade”.
Com menos de um ano desde o lançamento, aproximadamente 90 agricultores já utilizam o GestorAgro, que hoje trabalha com prioridade aos grãos, sobretudo culturas de milho, soja, trigo e feijão.
“Estamos implementando algumas atividades relativas à suínos, peixes e aves. Pois já temos toda a parte financeira dessas culturas lançadas, e vamos conseguir colocar toda a parte de manejo”.
Num segundo momento, a equipe planeja trazer o processo de nota fiscal eletrônica, possibilitando o recebimento e emissão em qualquer local da propriedade.