Agro

Conflitos entre gerações e o desafio na formação do profissional para o novo agro

A parceria entre universidade e instituições ainda é a melhor solução para se integrar ao mundo digital.

Não é de hoje que se fala de como a educação ainda permanece ultrapassada em relação ao mundo digital. As novas gerações, cada vez mais conectadas, dificilmente anotam ou fazem uso do papel e caneta. 

Enquanto uma geração utiliza o celular para receber e fazer ligações, ou no máximo conversar nas redes sociais, os nascidos conectados vão muito além.

Mais do que ter tudo a um toque da tela, o smartphone aparece como uma extensão do corpo que fornece acesso fácil e irrestrito.

Tudo é feito online.

Pensando nesse conflito de gerações, os organizadores do Show Rural Digital reuniram gigantes da área de educação para discutir a formação do profissional para o novo agro – e debater como ela está ocorrendo.

Durante o painel, a professora Maria da Piedade Araújo da Unioeste, o professor João Lopes da Escola Superior de Agricultura da USP, Daniel Trento da Embrapa e Aguinel Waclawovsky da Coopavel concordaram que o educador responsável por esta conexão encontra muitos obstáculos para acompanhar a tecnologia.

Mas qual seria o meio mais fácil para conseguir acompanhar a rapidez com que a área da tecnologia da informação segue nos dias atuais?

É possível que gerações tão distintas possam caminhar lado a lado, eliminando os conflitos e desconexões?

Sim.

Para eles, apesar da distância, a parceria entre universidade e instituições ainda é a melhor solução para que os novos profissionais se integrem ao digital e se conectem com as gerações que já estão no campo.

Embora haja uma defasagem de investimentos na educação, a inovação deve ser aberta, a informação deve circular e para isso, buscar o empreendedor para se integrar a essa nova geração é um meio. Está no momento das universidades se abrirem para a cadeia de pesquisas, incubadoras e startups. Isso é empreender e gerar qualidade no campo. Apesar do agro viver de recursos naturais, é clara que há uma necessidade cada vez maior da tecnologia no campo.

Daniel Trento
Embrapa

Os professores também foram unânimes ao afirmarem que “as faculdades não estão formando empreendedores. A realidade vai muito além do papel e caneta”.  

Da cidade para o campo

Apesar de mais da metade das startups existentes estarem nos grandes centros, muitos agricultores já buscam na tecnologia um meio de melhorar sua produção e avaliar suas escolhas.

Eles também buscam jovens profissionais que solucionem os problemas, mas mais do que isso, apresentem soluções digitais de fácil acesso para os agricultores, que até então, estavam distantes da tecnologia.

O desafio da transição

A dúvida de como essa transição entre gerações pode ser solucionada existe, mas é fato que o ecossistema de inovação fomentado pelas incubadoras e startups contaminou, no bom sentido, os professores das universidades. 

Cabe agora, buscar uma estratégia ampla entre a formação, a comunicação e a união entre a academia e os novos profissionais para que finalmente o agro possa utilizar as soluções do digital em busca de uma melhor produtividade para os agricultores.

Novo profissional agro
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